O setor da saúde busca evitar o colapso, que poderia colocar em risco milhares e vidas, porém tudo isso impacta diretamente em um outro setor muito importante da sociedade: a economia.
Por isso, preparamos um conteúdo especial sobre como minimizar o Impacto Financeiro do Coronavírus.
Os trabalhadores informais, que são aqueles sem carteira assinada ou empreendedores sem registro, formam o grupo que deve ser mais afetado com o avanço da pandemia no Brasil.
Os impactos econômicos do coronavírus têm levado à derrocada das bolsas de valores em todo o mundo, que já antecipam os efeitos devastadores da nova doença. Já no curto prazo, de imediato, para sermos mais precisos, são os trabalhadores informais — aqueles sem carteira assinada ou empreendedores sem registro — aqueles que deve ser mais afetados com o avanço da pandemia no Brasil.
Esses profissionais representam 41,1% da força de trabalho ocupada no país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com a quarentena impondo o fechamento de comércios em todo o país e empresas permitindo o trabalho remoto, prestadores de serviços estão vendo sua fonte de renda ruir.
Na tentativa de ajudar esses trabalhadores a passar por essa crise de saúde e econômica sem o risco de “quebrar” seus negócios ou de reduzir sua renda, a UPGRADE – Contabilidade e Consultoria, dá essas dicas do que fazer quando o mundo está entrando em quarentena.
Continue lendo a seguir:
Não se desespere
Pode soar simplista e óbvio, mas é fácil perder a cabeça quando sua fonte de sustento corre risco.
“O desespero não vai pagar suas contas. Se desesperar não vai fazer os negócios acontecerem nem trazer clientes”.
Outra recomendação é:
Cuidado ainda maior com as notícias falsas, que podem induzir a decisões erradas.
Não conte com a ajuda do governo para salvar o seu negócio
No âmbito nacional, o governo vem anunciando uma série de medidas para atenuar o baque financeiro para autônomos e pequenos empresários. O pacote de benefícios soma R$ 147,3 bilhões e inclui antecipação do 13° salário de aposentados e pensionistas, antecipação do abono salarial, adiamento de pagamento de impostos do Simples Nacional (micro, pequena e média empresa) de três meses.
O colchão para aliviar o sofrimento econômico é importante, mas o autônomo não pode baixar a guarda. “Quando o empreendedor vê essas noticias pode achar que está em uma situação confortável, mas dependendo do segmento em que ele atua pode ter problemas em dezembro, que é quando as pessoas usam o 13º para as compras de fim de ano, e também no pagamento de impostos depois. Essas medidas podem trazer consequências piores depois.
Assim, se mal aproveitado o estímulo agora, o profissional – especialmente aquele ligado ao comércio – pode sofrer no fim do ano.
Aproveite a quarentena para se planejar
Uma das maiores dificuldades do pequeno empreendedor e de trabalhadores autônomos é o planejamento e essa pode ser a principal razão para a “quebra” de alguns deles durante essa crise. “A maior parte dos empreendedores não está preparada para esse tipo de adversidade. A questão hoje é de saúde, mas uma lanchonete, por exemplo, em qualquer momento estaria sujeita a ter um problema de fiação e ter que fechar por um tempo, por exemplo”.
Os especialistas do Sebrae também alertam que é importante estar atento às mudanças dos hábitos de consumo, que hoje são causadas pela crise, mas podem ocorrer ao longo dos anos de forma menos abrupta.
Trace cenários – e se prepare para eles
O autônomo ou pequeno empresário deve fazer uma avaliação do cenário geral – do país e do setor em que atua – e interno – o seu trabalho – e buscar entender a pandemia como ela pode impactá-lo.
É fundamental o planejamento de cenários para entender as implicações financeiras e operacionais caso a crise se estenda por um período prolongado. “Sabemos que menos de 30 dias não vai durar, então é preciso pensar nas possibilidades”, diz a estrategista. O autônomo ou pequeno empreendedor deve traçar estimativas para três períodos principais:
Cenário 1 – crise de 30 dias
Cenário 2 – crise de 45 dias
Cenário 3 – crise de 60 dias
O recomendação principal para todos os casos é: corte custos.
Para cada um desses períodos, é recomendável que o profissional liste as contas que precisará pagar e as receitas que eventualmente ainda tem para receber — mesmo para quem deixou de faturar por causa da paralisação, pagamentos parcelados ainda podem estar por vir.
Outra possibilidade é checar os serviços que trazem maior rentabilidade ao negócio e a possibilidade de mantê-los mesmo durante a quarentena.
Foi o que fez Diego Lehder, dono de uma escola de dança em Fortaleza, que está usando tecnologia e redes sociais para manter um relacionamento próximo com os cerca de 170 alunos e evitar cancelamentos de matrícula. Diego também usa plataformas de videoconferência para transmitir as aulas e manter a interação com os alunos.
Essa é uma boa saída que é recomendada aos profissionais que listem as ferramentas que possam gerar vendas mesmo durante a quarentena. “Depois das listagens, ele deve partir para o cruzamento dos cenários e se adequar a isso”.
Essa adequação ao novo cenário também pode ser divididas em táticas. A primeira delas é destinada a quem já tinha um planejamento para crises, mas está preocupado com o fluxo das próximas semanas.
“Essas pessoas devem minimizar os custos. O dinheiro que sobrar vira receita para um possível cenário dois”.
A tática 2 vale especialmente para os autônomos e os empreendedores que já cortaram os seus custos ao máximo: saiba o quanto precisa para sobreviver. Não é viver, é sobreviver.
“É preciso verificar o mínimo necessário para a sobrevivência. Estamos falando de um cenário de crise, e na crise a questão é de sobrevivência”.
A tática 3 é para quem não tem – mesmo– como gerar receita durante a quarentena, está devendo e não tem como pagar.
Além de minimizar todos os custos – algo que já deveria ter sido feito antes da crise para não estar vivendo no limite -, é hora de partir para a negociação de dívidas.
Veja dicas específicas para alguns setores.
Confira:
Para quem trabalha com alimentação fora de casa
- Reforce a importância de seguir os procedimentos de higiene na cozinha, no salão e no escritório
- Reduza em um terço a quantidade de mesas e estabeleça uma distância entre as mesas de 2 metros.
- Aumente a prática da entrega direta por delivery ou incentive o consumidor a encomendar e buscar no restaurante
- Negocie com aplicativos de delivery a redução da cobrança de taxa
- Busque fontes alternativas de suprimentos, com diversificação de fornecedores preferencialmente locais
- Preste atenção no prolongamento dos prazos de entrega para avaliar o desempenho e a capacidade de acordo com as promessas do fornecedor e entrega ao cliente
Para quem trabalha com serviços de beleza
- Não faça demissões nesse primeiro momento para não perder empregados já preparados e não assumir custos com demissão. Se for necessário, antecipar as férias pode ser uma alternativa
- Promova a venda delivery de cosméticos, elaborando kits de produtos que atendam às necessidades das clientes. Melhor ainda se forem personalizados, conforme histórico de procedimentos já realizados no salão
Para quem trabalha com feiras livres
- Faça um planejamento emergencial de modo que você possa trabalhar com delivery, mesmo que de forma temporária
- Planeje com seus fornecedores alternativas de abastecimento no caso da paralisação das atividades dos centros de abastecimento
- Adote uma política de atendimento direto ao cliente via telefone ou Whatsapp
Para quem trabalha com transporte, incluindo motoristas de aplicativo
- Limpe e desinfete seu veículo. Preste atenção especial às superfícies com as quais você e os usuários entram em contato frequentemente
- Mantenha as janelas do automóvel abertas para fazer o ar circular melhor
Para quem trabalha com serviços educacionais
- Substitua excepcionalmente as aulas presenciais por virtuais, tendo como apoio o uso de ferramentas tecnológicas. Sugere-se, inclusive, que esta opção de atendimento ao aluno seja contabilizada como atividade letiva
- Para as escolas que não têm plataforma de ensino à distância, deve-se analisar a possibilidade de uso em caráter emergencial
Para quem trabalha com turismo
- Aproveite o momento de baixa para fazer melhorias na infraestrutura
- Defina política de cancelamento e adiamento das reservas dos serviços
- Tente negociar com o cliente para que a viagem seja adiada, mas não cancelada
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